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NOVA ERA COMUNIDADE

1926

 

        Caminhante, amigo, viajemos juntos. A noite está próxima, feras estão por perto, e a fogueira de nosso acampamento pode se apagar. Mas se nós concordarmos em dividir a vigília noturna, poderemos conservar nossas forças.

        Amanhá, nosso caminho será longo e podemos ficar exaustos. Caminhemos juntos. Nós teremos alegria e festa. Eu te cantarei a canção que tua mãe, esposa e irmã cantavam. Tu me contarás a lenda de teu pai sobre o herói e o feito. Que o nosso caminho seja comum.

Tem cuidado para não pisares um escorpião, e previne-me sobre quaisquer víboras. Lembra-te, nós devemos chegar a uma certa aldéia nas montanhas.

Viajante, sê meu amigo.

 

        Nós estamos dissipando superstição, ignorância e medo. Nós estamos forjando coragem, vontade e conhecimento.

Todo esforço no rumo da iluminação é bem-vindo. Todo preconceito provocado pela ignorância é desmascarado.

Tu que trabalhas, não vivem em tua consciência as raízes da cooperação e da comunidade?

Se estra chama já iluminou teu cérebro, assimila os símbolos do Ensino de Nossas montanhas.

Tu que trabalhas, não te fatigues procurando adivihar o significadj de certas eexpressões. Cada linha é a mais alta medida de simplicidade.

Saudações aos que trabalham e buscam!

 

1. Família, clã, país, aliança de naçõec – cada união se empenha em direção à paz, em direção à melhoria de vida. Cada cooperação e vida comunal necessita aperfeiçoamento. Ninguém pode indicar o limite da evolucão. Precisamente por isto, um trabalhador se torna um criador. Não fiquemos atemotizados pela tarefa da ctiatividade. Procuremos para a ciência, sendas desembaraçadas. Desta maneira, o pensar acerca do aperfeiçoamento será um sinal de regozijo.

2. A tristeza é o inimigo de cada aperfeiçoa­mento. Não pode existir edificação construtiva na dúvida. Não haverá aprendizado no temor. A ob­servação é um passo em direção à justiça. O egoís­mo é traição da auto-renúncia. Sem realização es­piritual, não há caminho.

3. Monastérios eram freqüentemente chamados comunidades. A vida comunal já foi um signo de cooperação e respeito mútuo. Assim também, cada oficina será ambrião de uma comunidade na qual ca­da pessoa contribui com sua habilitação. A afabili­dade é um requisito, se alguém se dispõe a consa­grar sua capacidade ao trabalho comum.

        4. A unidade é indicada em todas as crenças como o único baluarte do sucesso. Melhores consecuções podem ser realizadas, se existe certeza na unidade dos colaboradores. Pode-se citar um gran­de número de exemplos onde a confiança mútua en­tre os colaboradores ajudou o encontro de soluções elevadas. Que as pessoas se recordem, desde o lar e o círculo familiar até as predestinações do es­paço, do valor da cooperação. A sementeira do tra­balho seca sem a unidade da reciprocidade. Não olhemos muito para o passado. Nós, apressados companheiros de viagem, ficaremos fatigados se em­purrarmos uns aos outros. Nós conscientizaremos uma bela idéia se pudermos pronunciar o grande conceito –­­­­ amigo. A Comunidade só pode consistir de amigos.

        5. A estrada da vida é de auxílio mútuo. Participantes da grande tarefa não podem ser «os que odeiam a humanidade». Esta definição, que indica ódio vergonhoso, é longa. Mas talvez as pessoas venham a se lembrar dela melhor, e se envergonharão.

        6. Não esqueçamos, também, que o conheci­mento é simplificado através da clara consciência. Mas não percamos o Caminho mais curto. O tem­po é precioso. Não deveríamos prejudicar ninguém por causa de nossa indolência. A preguiça e a igno­rância dormem no mesmo berço.

7. A cólera dá entrada à lepra e à peste. A maldade pode transformar um pacífico lar num amon­toado de serpentes. Os atributos da cólera não são adequados á comunidade. A tarefa comum é o Bem-Estar Geral.

        8. A cooperação deve ser baseada em regula­mento rigoroso. Tal dispositivo acostuma à ordem, isto é, ajuda na aquisição de um ritmo. Assim, mes­mo no trabalho diário, são expressas as grandes leis do Universo. É especialmente necessário acostu­mar-se, desde a infância, a trabalho contínuo. Pos­sa a melhor evolução ser feita tendo o trabalho co­mo medida valiosa.

        9. E uma outra condição necessária deve ser satisfeita. O trabalho deve ser voluntário. A cooperação deve ser voluntária. A Comunidade deve ser voluntária. O trabalho não deve ser escravizado por nenhuma força. A condição de concordância vo­luntária deve estar colocada na base do progresso. Ninguém pode trazer desmoralização para a nova ca­sa. Trabalhadores, construtores, criadores, podem ser assemelhados a águias de alto vôo. Somente num largo vôo, podem o pó e o entulho da decadên­cia se soltar.

        10. Uma elevada qualidade penetrará no puro labor através da mestria no trabalho amado. Uma bela qualidade será afirmada por toda a vida. Nada ficará na escuridão. A ignorância será uma ofensa vergonhosa. As trevas são infecciosas, mas a luz é atrativa. Assim, afirmemos o trabalho amado de grande mestria, que elevará toda a vida.

        A ciência deve indicar a melhor qualidade. A ciência deve atrair as mais fortes energias. Que o conhecimento do espírito brilhe sobre toda banca de trabalho.

        11. Muitas falsidades têm sido amontoadas em torno do conceito de trabalho. Só recentemente foi o trabalho desprezado e considerado prejudicial à saúde. Que ultraje é isto — considerar o trabalho como prejudicial! Não é o trabalho que prejudica, mas as condições de ignorância que cercam o traba­lho. Somente a cooperação consciente pode tornar saudável o sagrado labor. Não somente deve ser alta a qualidade do trabalho, mas deve ser fortificado o desejo mútuo de fazer as condições do trabalho claramente entendidas. Não se deve amaldiçoar o trabalho, deve-se favorecer o melhor trabalhador.

12. É necessário encher-se de respeito pela mestria no trabalho para compreendê-la como uma mais alta distinção. Antigas oficinas-comunidades de trabalhadores deixaram testemunho de sua vltalidade. Pode-se ver como as pessoas cultivaram suas habilidades no rumo da perfeição. Eles sabiam se amparar mutuamente e guardavam a dignidade de sua comunidade. Enquanto as pessoas não apren­derem a guardar a dignidade de seus companheiros de trabalho, elas não compreenderão a felicidade do Bem Comum.

        13. O conceito de justiça se evidenciará na ba­se do trabalho. Da mesma maneira, a coragem cres­ce facilmente na mútua responsabilidade. De fato, todos como um só, mas cada um contribuindo com suas habilidades. Não destruamos, mas demos o ca­lor do coração.

        14. Nosso sentimento é o da ausência de es­pecialização, porque Nós vivemos para todo o complexo da vida. Todo especialista que se aproxima de Nós, inevitavelmente perde seus óculos monocro­máticos. Por conseguinte, esforçai-vos para que, já agora, a especialização se torne apenas um dos pra­tos em vossa mesa. Como pássaros por toda a Ter­ra, como abelhas sobre todas as flores, nós pode­mos absorver a unidade do universo.

        Sem uma especialização, é mais fácil prepararse para a próxima tarefa de evolução — a comuni­cação com os mundos distantes e a transformação do Mundo Astral, o mundo dos trevosos restos ter­restres. A capacidade de adoção do conceito de Co­munidade abrirá as portas para as conquistas seguin­tes, e suas épocas dependem das próprias pessoas. Por conseguinte, aceitemos todas as buscas da Co­munidade.

        15. De uma mata virgem, Eu posso criar um bosque, mas uma pedra polida por frontes em vene­ração não produzirá semente.

        16. Entre as aquisições mecânicas da moderna civilização, os meios de transporte merecem especial atenção. Este devorar do espaço já é, até certo pon­to, uma vitória sobre as esferas supramundanas. Mas um círculo de baixo materialismo submerge es­tas conquistas nas esferas de matéria baixa, e o re­sultado é mais danoso que útil. O principal perigo nesta pressa de locomoção reside num aumento do sentimento de irresponsabilidade. Saindo além dos limites do comum, o homem se torna leve, mas em virtude da crueza de sentimentos, ele perde a cons­ciência da responsabilidade.

        Aquele que pode voar a uma velocidade de 400 milhas por hora ou que pode voar mais alto que ou­tros, adquire a psicologia de um campeão de box, e a consciência da responsabilidade espiritual o aban­dona.

        É possível enobrecer a conquista, despindo-a de todo significado desportivo e dirigindo-a para o tra­balho. Apressai-vos para salvar os desafortunados, voai para a unificação da humanidade! Então, estas conquistas entrarão na evolução, porquanto as pes­soas devem trazer para o uso ordinário os esforços supramundanos, não se esquecendo da responsabilidade. No atual estado de coisas, estas conquistas permanecem no estágio dos monstruosos centauros. Quando as pessoas compreenderem para onde e por que razão elas devam voar, então será possível aper-feiçoar dez vezes mais os aparelhos voadores.

        Pode-se sugerir um grande número de experi­mentos úteis a serem feitos nas camadas do espaço. Energia atômica,condensação de prana, raios coloridos no espaço, colheita em conexão com repetidas explosões, e muitos outros têm sido destinados à humanidade.

        17. Mais de uma vez, vós ouvistes falar sobre seguir Nossas indicações, e podeis vos convencer de que o cumprimento exato da indicação é prático e benéfico. Este é o primeiro passo. Depois dis­to, a ação individual deve começar. Conhecendo a base de Nosso Ensinamento, é necessário provar que sois discípulos, criando com plena comensurabilidade e imutabilidade. Quando o Mestre diz, «Agoravós mesmos, manifestai o efeito de Minhas indica­ções», isto não significa relembrar velhos hábitos, disputar uns com outros, sentir-se ofendido e ferir-se mutuamente. Isto deve ser deixado para os car­roceiros. Mas vós deveis vos lembrar de Nossa Co­munidade e imitá-la em trabalho harmonioso. Quan­do chegar o momento de mudar o rumo do navio, vi­rá a indicação. Mas não espereis indicação sobre um remendo para o calçado. De outro modo, cedo começaremos a nos congratular em nossos aniversá­rios.

        É necessário assimilar, para sempre, a dignida­de e a importância do trabalho atual, e a relegar aos arquivos os hábitos infantis. Sem trair princípios, é possível encontrar centenas de soluções dignas. Eu desejo ver-vos no passo seguinte.

        18. Alguns sonham em se lançar aos pés dos Mestres, mas não ousam ir com eles para a batalha. Mas precisamente agora é o tempo da batalha, e Nós podemos somente convocar para a batalha. Com o conhecimento integral da verdade do Bem, com res­ponsabilidade pessoal, Nós afirmamos a batalha, mas aquela que é legítima.

19. Aprendei como permanecer dispostos duran­te toda a Batalha. A Batalha da Luz apenas come­ça — milhões estão nela, sem conhecer o resultado final. Mas vós conheceis, e este conhecimento de­ve fazer-vos sábios e inspirar uma decisão digna. Vosso espírito deve criar asas em nome da Verdade. Como é possível elevar-se pela realização da evo­lução do Mundo? Meu Raio necessita que nada seja feito para impedir sua luz. Em lugar das asas da realização espiritual, é fácil fazer crescer negros chifres — asas de raciocínio falso. Os espíritos bai­xos têm emanações negras que parecem chifres.

        20. É preciso empenhar-se para o mais abso­luto. A atração para o mais absoluto será em direção aos mundos distantes. A beleza terrena se per­de na glória dos raios super-estelares. A ciência terrena, recordando com dificuldade o ontem e igno­rante do amanhã, é insignificante, e em nada contribui para o conhecimento sobre a corrente dos lu­minares que vão nascendo.

Como se pode aproximar do Absoluto acima mencionado? Isto não pode ser feito através de meios técnicos ou da ciência terrena, nem por arte representativa. Ê possível somente através da expansão da consciência, quando o ser terrestre é en­golfado pelas emanações das esferas distantes. Assim, aqueles que estão se aproximando de Nós, ou mais propriamente, dos confins da órbita da Ter­ra, perdem sua especialização. Somente na conscientizaçio do todo-abrangente, pode-se suportar o brilho dos luminares. Mas para conter esta cintila­ção, é preciso acender os próprios fogos interiores.

        O elemento do fogo é mais supreendente, trans­cendental, e se vós desejais classificar Nossa Co­munidade de acordo com os elementos, referi-vos ao grande fogo que tudo dá, tudo purifica, e nada exige.

        21. Nós não amamos o mundo das sobrevivências materiais, o Mundo Sutil inferior — O Mundo Astral — mas, como tudo o mais que existe, ele não pode ser evitado no desenvolvimento espiritual. O mundo das sobrevivências materiais contém certos elementos necessários às relações entre os mundos. Por exemplo, os meios de transporte são algo muito pouco compreendido pelos habitantes do Mundo Su­til. Embora eles tenham a possibilidade de se em­penhar para o alto, estão ocupados com a constru­ção de casas escuras, imitação das terrestres. Mas se ainda durante suas vidas, eles tivessem ampliado suas consciências, poderiam estar aptos a medir a bainha do vestuário da Mãe do Mundo.

        As melhores possibilidades podem ser desper­tadas por aqueles que estão aptos a perceber com uma consciência espiritual. Mas, para a preserva­ção da consciência, é necessário senti-la durante a vida. Então, a condição do mundo contemporâneo de sobrevivências materiais será quase apagada. Não mais a oração «descansa em paz», mas «apren­da no espaço da Luz». Com toda a vossa consciên­cia, lembrai-vos das tarefas da evolução. Quando o empenho pelo repouso desaparecer, então as Portas se aproximarão.

        22. Somente é possível chegar até Nós em concordância harmoniosa. Nós não necessitamos deificação, mas uma certa qualidade de espírito, co­mo uma lâmpada de tensão correspondente. Uma lâmpada bruxoleante é insuportável para trabalho prolongado. As mesmas leis se aplicam a tudo, e de acordo com a lei da justiça, uma lâmpada bruxo­leante fere-se a si própria. Eu aconselho Minhas lâmpadas e não bruxolear. O dínamo não é danificado por causa da qualidade das lâmpadas, mas voltagem não sincronizada freqüentemente resulta num do­loroso — zing! E o metal original deve ser substi­tuído. As leis são idênticas em tudo.

        23. Não há justiça sem alma, mas somente res­plandecente ajustamento ao objetivo. De fato, este glorioso ajustamento não pode tiranizar, mas revela as portas da beleza. E o chamado deste ajusta­mento enche o espaço com a sensação de vitória. Acontecimentos e criações que constituem o ajus­tamento ao objetfvo não são pequenos fragmentos desgastados, mas são preciosas partes do Cosmos.

        Somente uma compreensão da individualidade Cósmica pode iluminar os degraus da evolução. De outro modo, no entendimento terreno, a evolução per­manecerá apenas um vantajoso investimento de ca­pital. Vós já sabeis que o capital destituído de ajus­tamento ao objetivo é apenas uma pedra amarrada ao pescoço. E, como uma manifestação de infecção forma úlceras espirituais e corpóreas, do mesmo mo­do uma manifestação da loucura da cupidez traz da­no ao espírito e ao corpo.

        Na Terra, nós estamos muito interessados no corpo; por conseguinte, é necessário penetrar nas origens da doença. Um médico poderia dizer ao paciente: «Você tem um ataque de cupidez», ou «a anemia de presunção», ou «pedras de traição», ou «uma erupção de tagarelice», ou «uma apoplexia de ódio».

        Nos cemitérios, nós gostamos muito de relem­brar os méritos do que partiu; não seria fora de propósito realçar as verdadeiras causas das doenças — o espetáculo seria instrutivo. Amigos, Eu repito — mantende vossos pensamentos puros, isto é o me­lhor desinfetante e o primeiro remédio tonificante.

24. Que é profecia? É a predição do destino de uma combinação definida de partículas de maté­ria. Por conseguinte, profecias podem ser cumpri­das, mas também podem ser inutilizadas por uma ati­tude imprópria, exatamente como pode ser inutiliza­da uma reação química. É precisamente isto que as pessoas não podem entender, embora elas tenham aprendido o significado de um barômetro.

        As profecias podem ser divididas em datadas e não datadas. Quando temos que nos haver como uma profecia datada, isto significa que devemos en­tender todas as condições intermediárias. Um gran­de período é composto de períodos menores; por es­ta razão, é correto observar o período menor.

        Deve-se lembrar que os trevosos estão traba­lhando sobre os pequenos períodos, tentando complicar o grande.

25. Podem as profecias permanecer não cum­pridas? Certamente podem. Nós temos um depósito cheio de tais profecias perdidas. Uma profecia verdadeira prevê a melhor combinação de possibili­dades, mas é possível deixar que elas escapem.

O tema do cumprimento de profecias é muito profundo; nele estão combinados cooperação e o mais alto conhecimento do espírito. Os ignorantes dizem: «Que cozinha!» Mas uma cozinha é facilmente transformada em um laboratório.

Desde tempos imemoriais, profecias têm sido emanadas de Nossa Comunidade como benevolen­tes sinais para a humanidade. Os caminhos das pro­fecias são diversos: ou elas são sugeridas a deter­minadas pessoas, ou podem ser inscrições deixadas por mãos desconhecidas. As profecias, melhor que tudo o mais, informam a humanidade. De fato, os símbolos são freqüentemente obscurecidos, mas o significado interior cria uma vibração. Certamente, uma profecia requer vigilância e aspiração.

26. Se a matéria está em toda parte, então mes­mo a luz deixa atrás de si o seu protoplasma. Não podem ser vistas como acidentais todas as manifes­tações da luz. Certos olhos estão aptos a captar a tessitura da luz. Em virtude da sublimidade da ener­gia da luz, todas estas formações são muito belas. A dissonância do som é muito mais freqüente. O protoplasma da luz não é algo abstrato, seus sedimentos adornam o reino vegetal. O ritmo das ondas e areias, e a crosta do planeta são consideravelmente regularizados pelos nódulos de luz. Ensinai a amar as formações de luz. Não são tanto as imagens impressas sobre as telas como as vibrações captadas de luz que têm significado. A qualidade do olhar é completamente desprezada. É como um raio para o filme fotográfico. Deve-se ter em mente que é através do olhar espiritual que nós estabelecemos a imagem dos espíritos elementais. De forma semelhante, o olhar físico fixa no espaço a tessitura da luz. O significado desta cooperação devia ser co­nhecido. Cada movimento do homem está ligado à essência dos elementos. Eu destaco também o significado da música dos Pitagóricos ao nascer do sol. A luz é o melhor filtro purificador para o som. Somente a selvageria da humanidade poderia fechar o som no pó da escuridão.

27. O pensamento puro, saturado de beleza, põe em destaque a senda da verdade. O Ensinamento de renúncia supõe uma condescendência pa­ra com a consciência limitada. Com uma consciên­cia ampliada, não há imobilização, mas sim, um pro­gresso sem restrições. Vidas adornadas permitem partir livre e generosamente, de modo a voltar como vencedores. Aquele que prossegue com a cons­ciência da beleza não pode ser confundido. Somen­te a confusão pode fechar o caminho.

        Não é correto dizer que a beleza salvará o mun­do. É mais exato dizer que a compreensão da bele­za salvará o mundo.

Pode-se caminhar através de obstáculos de feal­dade em direção a um farol de beleza, espalhando sementes sem número. Quando se pode criar um jardim de beleza, não há nada a temer. Não há can­saço quando o jardim do espírito recebe os recémchegados.

28. A manifestação de petrificação da Terra atingiu os limites extremos. Nós consideramos que medidas extremas são necessárias para que o espí­rito seja redespertado. O Ensinamento não é alcançado somente através de sorrisos. O aparecimento dos desertos indicou, há muito, o início da selvage­ria. Sinais foram dados há muito, e foi concedido tempo para pensar melhor. Indicações foram dadas, mas ninguém as ouviu com atenção.

        29. O ensinamento do Novo Mundo resolverá todos os desconfortes. Verdadeiramente, somente o escudo da Comunidade pode dar significação à es­tada na Terra. Que beleza indescritível é pensar sobre a cooperação com os mundos distantes. Esta cooperação, iniciada conscientemente, atrairá novos mundos para a órbita da comunicação. E esta coo­perativa celeste ampliará suas possibilidades infinita­mente.

Se todas as possibilidades estão estipuladas por uma comunidade, então elas se manifestarão através do canal do espírito. Tem sido dito que o som será o primeiro a chegar. Que estes fragmentos sejam rudimentares como as primeiras bordas recortadas de um eolito. Que passem anos inteiros antes que seja compreendido o sentido complexo; contudo, é fora de dúvida que esta conquista não começará nos observatórios nem nas lojas de ótica. O ouvir do es­pírito trará as primeiras notícias; não para a defesa de uma tese de mestrado, mas para a vida que for­ja a evolução. O Ensinamento pode indicar aos sen­síveis — ao despertardes, lembrai-vos dos mundos distantes; ao recolher-vos, lembrai-vos dos mundos distantes.

Ouvindo quaisquer fragmentos de som, não os rejeiteis, pois cada fragmento pode aumentar as pos­sibilidades da humanidade. Gradualmente, palavras desconhecidas podem penetrar; ninguém deveria se surpreender com isto, lembrando que quando os tempos se aproximavam em épocas passadas, da mesma maneira a consciência se expandia.

Vós compreendeis que a Terra não pode viver sem comunidade. Vós compreendeis que sem a am­pliação dos caminhos celestiais, a existência se tor­na nula. O Novo Mundo necessita de novas fron­teiras. Os que buscam devem ter um caminho. Se­rá que ele é estreito, se vai de um lado a outro do horizonte? É uma felicidade que os que buscam não devam inclinar o ouvido para a terra, mas possam voltar suas vistas para cima, para as alturas espiri­tuais. É mais fácil para o raio procurar cabeças er­guidas. E todo movimento do mundo está condicio­nado pela comunidade.

30. O alargamento da consciência é ocasião para congratulações. Nenhum laboratório pode dar este sentido de continuidade das possibilidades infi­nitas. Somente de forma pessoal, consciente e livre, é possível perceber, do espaço exterior, graus inin­terruptos. O Ensinamento pode abrir a porta, mas só se pode entrar por si próprio. Nem prêmio, nem justiça, mas a lei da incontestabilidade é que conduz o espírito encarnado para o alto, em espiral ascen­dente, contanto que ele tenha compreendido a neces­sidade do movimento. O Mestre não pode, de mo­do algum, adiantar esta consciência, pois qualquer sugestão violaria a conquista pessoal.

Uma coisa é discutir abstratamente sobre os mundos distantes; outra é tornar-se participante de­les. Somente aquele que não fechou para si próprio o caminho para a Beleza pode compreender quão perto dele está a manifestação dos mundos distantes.

O ouvido pode captar fragmentos da Grande Respiração, mas o conhecimento do espírito dará ao homem um lugar no Infinito.

É útil olhar para trás em direçâo a épocas re­motas, quando esta consciência foi despertada. Nós vemos que não era num dia de florescimento da ciência, mas sim durante os dias da Proclamação da religião, que a consciência cósmica se despertava; pois somente o conhecimento do espírito, e não hipóteses, leva aos caminhos estrelados. Eu lamento que nenhum cálculo astronômico possa adiantar o momento da comunicação, pela mesma razão que a formiga não pode atirar com um gigantesco canhão. É, de fato, valioso que tal conquista deva ser ma­nifestada por intermédio do espírito. Eis-nos fa­lando, por assim dizer, materialmente, mas sem o es­pírito é impossível aplicar esta energia. De fato, o espírito dá uma certa qualidade à matéria. A condi­ção da Terra requer um médico extraordinário. O planeta está doente, e se os esforços para impul­sioná-lo para diante não forem bem sucedidos, então pode ser melhor removê-lo temporariamente da ca­deia — ele pode tornar-se como a lua. Focos das camadas inferiores do Mundo Sutil tornaram-se pe­rigosamente intoleráveis. Também é impossível esquecer como a humanidade caiu sob a influência dos planos mais baixos do Mundo Sutil.

A comunidade ajudará a tudo, mas o alargamen­to das consciências ajudará à comunidade.

31. O Mestre valoriza o desejo de lavar o pó das grandes Imagens. O Mestre valoriza o desejo de afirma: a expressão simples das grandes pala­vras. O Mestre valoriza o desejo de eliminar a verbosidade. Com o propósito de isolar a essência, é necessário aproximar-se do fundamental.

Devia-se saber que nem um só monumento che­gou até nós sem mutilação. É possível moldar, co­mo com argila, as marcas de uma comunidade de cooperação racional e de empenho além dos limites do visível. O Ensinamento pode ser expresso sob a divisa: «Que o que diverge prove o oposto». É me­lhor voltar às origens que ser coberto com pó inde­lével. De fato, o conhecimento do princípio diretor iluminará os símbolos mutilados.

Vós sabeis como as pessoas falam a vosso res­peito enquanto viveis. O que será, então, daqui a séculos? Contudo, o princípio inevitavelmente cres­ce, e os impulsos do seu crescimento sacodem a crosta terrestre.

Povos que já se foram deixaram uma pátina na liberdade do espírito. Vós podeis perguntar: «On­de, então, estão os perseguidos?» Prossegui de acordo com estes sinais. Vós percebereis como perseguiram os primeiros Cristãos e Budistas, mas quando os templos se afastaram de Cristo e Buda, as perseguições cessaram.

Indico que mantenhais simples o Ensinamento; não são necessárias expressões complicadas, pois a vida é bela na simplicidade. Freqüentemente se é obrigado a escavar em torno de uma planta; por con­seguinte, as repetições são inevitáveis.

32. A evolução é importante, não a da humani­dade terrestre, mas a da humanidade do Universo. Se esta simples fórmula pudesse ser adotada pelos corações humanos, toda a abóbada celeste se torna­ria tangível. Verdadeiramente, seria mais fácil pa­ra os seres de outros mundos penetrar através da atmosfera sufocante da Terra se, ao encontro deles, estivessem indo apelos dos encarnados terrestres.

Onde, então, estão os mundos mais próximos pa­ra onde poderíamos dirigir nossa consciência? — Jú­piter e Vénus.

Meditai profundamente sobre a palavra «tchelovek» (ser humano) — ela significa o pensador exis­tindo através das idades. Todas as mudanças de encarnações, o valor total da consciência está expresso em uma palavra. Podeis indicar outro idio­ma no qual o habitante encarnado seja denominado tão espiritualmente? Outros idiomas expressam po­bremente a idéia de ação. O Mestre pode mencio­nar uma centena de palavras para «homem», mas elas serão ou presunçosas ou inexpressivas.

33. Para que servem milagres que são contrá­rios à natureza? Eis aqui um milagre — quando tu podes cavalgar teu corcel e, com a espada manifes­tada, defender a Comunidade do Mundo. Com a mesma simplicidade, começará o Novo Mundo. Co­mo frutos amadurecidos, os fatos serão colhidos. O Ensinamento dos magnetos não é, de fato, de mila­gres, mas de uma manifestação da lei da gravidade.

Não oculteis a revelação do espírito, e a espada es­tará a serviço da ascensão da evolução.

Eu posso dar alegria somente àquele que adotou a comunidade, não em conjuras, não com incenso queimado, mas na vida diária. O Mestre pode man­dar um raio de socorro, mas Ele não se engajará no combate se a espada entregue se voltar contra os amigos da comunidade. A espada se transformará, então, num açoite do relâmpago.

34. Como é possível movimentar corações? Não perdendo a simplicidade. O sucesso virá, não com magia, mas com a palavra de vida. Nós pode­mos levar a cabo nossa lição sabendo como nos aproximar do mais simples. Eu estou pensando co­mo dar aos trabalhadores a radiação dos mundos dis­tantes. Quando o mais humilhado levantar os olhos para os céus, então é possível esperar a faixa do arco-íris dos mundos distantes.

35. Paracelso costumava dizer: «Per aspera, ad astra». Mais tarde, esta máxima notável tornou-se uma divisa sobre escudos e brazões, perdendo todo o seu significado. Verdadeiramente, compreendendo o seu significado, é difícil prender-se somente à Terra. Como fumaça escapando através de uma chaminé, o espírito que atingiu o conhecimento lan­ça-se no espaço revelado. Que dimensão podem os vestuários terrestres oferecer-lhe? Que mobilida­de pode o espírito manifestar na superfície da Terra? Que pensamentos pode ele repartir dentro da esfera terrestre?

Pergunta-se por que Nós desperdiçamos tanta energia sobre a Terra. Não é por causa da Terra, mas para retificar o caminho. Quando um criminoso entorta os trilhos, freqüentemente o engenheiro leva muito tempo para repará-los. Se Nós pudéssemos transferir da Terra, imediatamente, aqueles que têm consciência do Cosmos, será que poderia haver qual­quer restrição ao Nosso desejo de fazê-lo? Então, Nosso empenho é apressar este processo. Eu sinto que talvez, cedo, as condições cósmicas irão permitir o começo destes trabalhos para a comunicação com os mundos distantes. Para isto, são necessárias to­das as considerações sobre beleza e impetuosidade no lançamento de si mesmo. É verdade que, acima da chamada beleza, há o todo-includente conceito de melhoramento do Cosmos. O raio do arco-íris pode exceder a imaginação. Uma luz prateada cria­dora — o início do arco-íris, visto sob condições ter­restres, se assemelha à maquilagem vista de perto. Poucos podem ter a presciência do arco-íris super-mundano.

36. Eu sinto como a estratificação dos eventos está produzindo ondas de aceleração. Estas ondas servirão para a construção cósmica.

Eu redijo Minhas notas sobre as possibilidades e chego à conclusão de que, agora, tudo é possível. É raro quando a mais elevada fé viaja pelo caminho com a mais alta descrença; quando blasfêmia e glo­rificação podem estar no mesmo coro; quando fúria e tranqüilidade dão origem à alegria. Quando o in­fortúnio é um sinal de sucesso e quando o afastamento serve como sinal de proximidade, então as correntes de emanações dos luminares estão com­binadas com os fogos interiores. Tal época indica um novo ciclo, e a própria Comunidade, ainda que não esteja aceita, serve como uma ponte.

Terminemos com uma nota mais leve. Será pos­sível falar sobre especulações da bolsa em Júpiter, ou sobre bordéis em Vênus? O conceito é simples­mente impróprio. Até um limpador de chaminés, quando visita, lava seu rosto. Será possível que as pessoas sejam piores? Chegou o tempo da Terra se pôr em um novo caminho.

37. A capacidade para envios à distância é ex­tremamente rara. Como sempre, é necessário distinguir a qualidade do resultado. Os envios podem ser desassossegados e, como moscas, ser enxota­dos; eles podem ser opressivos como uma tampa de caixão, e inspirar terror; eles podem ser como o zunir de flechas, e estas trazem agitação sem enten­dimento. É raro quando os envios são claros; é raro quando eles atraem a cooperação dos centros ne­cessários. Isto pode depender, parcialmente, das auras, mas o principal fator é a qualidade do envio. Esta qualidade se chama utilidade da vontade, o que significa compreensão da voltagem da tensão do cor­respondente. Para que uma lâmpada elétrica acen­da, é necessária uma correta voltagem. Não somen­te o conteúdo do envio é importante, mas também a sua qualidade. O conhecimento do espírito dá uti­lidade ao envio. Um efeito da utilidade do envio será a alegria da recepção, pois tudo o que tem correta correspondência será uma alegria.

38. É necessário ligar a manifestação do Ensi­namento puro com a confiança. Mais tarde, será ne­cessário desenvolver uma confiança tal que a mais aparente evidência não possa abalá-la. Meu Raio sa­be onde está o mal.

39. Criai uma atmosfera de prontidão para a ação. Quando se dá uma pancada, muitas velhas obstruções caem inesperadamente. Muitas batalhas passaram, ainda mais estão pela frente. Cada átomo do Cosmos está palpitando. A quietude da mor­te não é conhecida por Nós.

40. O Novo Ensinamento respeita os Portado­res dos antigos Testamentos, mas ele prossegue sem a bagagem dos tempos que terminaram. De outro modo, o depósito de livros-texto poderia assumir exageradas dimensões. A coisa mais prática seria destruir todos os comentários feitos após três sécu­los da partida do Mestre. Algum dia é necessário limpar as prateleiras. A partir desta limpeza, as Ima­gens dos Mestres da Luz ganharão em grandeza.

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